quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pontapé inicial

Leitora amiga, leitor amigo, de acordo com o Código Nacional de Trânsito trafegar na contramão é infração gravíssima e sujeita o infrator a uma multa vultosa e, dependendo do humor do ‘Seu Guarda’, pode acabar até na apreensão do veículo. Mas, como não se trata aqui de um motorista ao volante, não vejo problema em propor a contramão como a direção correta. Por uma razão muito óbvia: se a direção que deveria ser a correta, e pela qual eu deveria trafegar, me leva para o abismo, eu tenho mais é que andar na direção contrária. Estou certo?

Bom, mas deixemos de lado as metáforas e entremos no assunto. Neste blog faço críticas ao ensino a que fui submetido desde que me entendo por gente, classificando-o como ensino-para-papagaios. Paralelamente, proponho a prática do ensino-formador-de-profissionais-capazes-de-propor-mudanças-em-sua-área-de-atuação (o ensino que eu não tive). E entre uma crítica e outra, uma proposta e outra, aproveito para apresentar algumas considerações sobre os atos de ler e escrever, tendo como inspiração minha própria vivência no mundo das letras escritas e faladas.

Basicamente trata-se de um paralelo entre duas modalidades de ensino, uma que fatalmente leva ao assassinato da capacidade de discernimento do aluno - porque sua mente é transformada num mero repositório de informações - e outra que resulta na conquista da autonomia, quando então o aluno é dono de um discurso próprio e sabe expressar-se por suas próprias idéias. E, como tal, é capaz de propor mudanças e contribuir para o aperfeiçoamento teórico e prático de sua área de atuação.

Como adiantei no texto "Antes de mais nada", estou plenamente convicto de que a frustração por não ter encontrado na Universidade ambiente e prática educacional dignos dessa segunda modalidade de ensino não é privilégio meu, mas sentimento de muita gente. Gente que é, assim como eu próprio fui, vítima de profissionais (mestres, doutores e pós-doutores de meia-tigela) para quem as críticas que aqui faço servirão como verdadeira carapuça. Aqueles a quem a carapuça não servir certamente dirão: “é gratificante ler o que você grita baixinho em seu blog”.

Então vamos lá!

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